terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Literatura - Parte 14 - A Crônica

XIV- A CRÔNICA
· Gênero literário marcado por certa efemeridade, na medida em que registra a vida diária, os acontecimentos que são marcantes no dia-a-dia.
· Fernando Sabino definiu-a como a "busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um".
. Apresenta um caráter jornalístico, desenvolvendo-se já no século XIX, com José de Alencar e Machado de Assis, sob o nome de folhetim (o mesmo do romance romântico em capítulos).
· Nas décadas de 1950 e 1960, a crônica atingiu sua culminância. Estes pequenos comentários a respeito das coisas banais ora assumem uma tendência mais terna e lírica, aproximando-se da poesia; ora centralizam-se na crítica humorística dos acontecimentos e dos costumes.

A) Crônica lírica
1) RUBEM BRAGA (1913-1990)
Obras principais:
O conde e o passarinho(1936); Um pé de milho (1948); O homem rouco (1949); A borboleta amarela (1956); A cidade e a roça(1957); Ai de ti, Copacabana(1960).
· Registro da poesia oculta nos momentos mais triviais da vida diária.
· Evocação de amores perdidos e do tempo que flui.
· Celebração da beleza geográfica, humana e artística do Rio de Janeiro, ainda que com certa dimensão melancólica.

B) Crônica de Humor
Tradicional dentro do jornalismo brasileiro, a crônica de humor sempre teve larga aceitação. Poderia ser dividida (um pouco arbitrariamente) em crônica de humor leve - visando sobremodo o riso - e a crônica satírica, na qual o deboche atinge instituições ou figuras públicas. No primeiro grupo poderíamos destacar o nome de Fernando Sabino. No segundo, Lima Barreto foi um precursor genial e sarcástico, fulminando as elites intelectuais e burocráticas do Rio, na República Velha, através dos ferinos comentários de Bruzundangas (o Brasil).

1. Fernando Sabino (1923)
Obras principais:
O homem nu (1960); A mulher do vizinho (1975).
· O humor jovial e divertido é a marca do cronista. Muitas de suas crônicas são pequenas histórias de final surpreendente, os que as aproxima do conto.
Não esqueça: Fernando Sabino tornou-se o romancista de toda uma geração ao escrever O encontro marcado (1956). Acompanhando a crise existencial, sexual e ideológica de três jovens em Belo Horizonte do pós-guerra, construiu um quadro simultaneamente inocente e dramático das esperanças, frustrações e vida cotidiana dos jovens de classe média.

2. Luís Fernando Verissimo (1936)
Obras principais:
O popular; Ed Mort; O analista de Bagé; O gigolô das palavras (1986); Comédias da vida privada; Comédias para se ler na escola (2001)
· Criador de tipos risíveis que entram no anedotário brasileiro: o analista de Bagé, o fracassado detetive Ed Mort e a Velhinha de Taubaté.
· A consolidação do sucesso de público veio com a publicação das Comédias da vida privada. São crônicas de humor retratando as contradições amorosas, sexuais, espirituais, geracionais e econômicas das classes médias urbanas, com seus pequenos dramas existenciais que se prestam mais ao humor do que à tragédia humana.


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